Canarinho
Quando a Seleção Brasileira se chamaca "Cacareco"
postado em 25/09/2011 17:10 / atualizado em 25/09/2011 17:23
Quando Pernambuco se tornou a Seleção Brasileira, em 1959, uma nova Era começava no futebol estadual. Foram 22 atletas cedidos exclusivamente por Sport, Náutico e Santa Cruz. Desses, apenas cinco não entrariam em campo. Sem problemas. Não deixariam de virar registro devidamente documentado. Seria apenas a primeira vez que jogadores oriundos de clubes do estado vestiriam a camisa verde e amarela. Iniciava-se, então, uma trajetória blindada pela história, o prenúncio de uma iminente fábrica de bons atletas enviados à Seleção por rubro-negros, tricolores e alvirrubros. Uma história que está interrompida, é verdade. Porém, jamais esquecida desde os primórdios com uma Seleção que ganhou o irônico apelido de “Cacareco”, mas, contraditoriamente, ficou perpetuada pelos tempos honestos do futebol.
Naquele ano, os pernambucanos disputaram o Campeonato Sul-Americano, no Equador. Foram quatro jogos e 50% de aproveitamento. Vitórias sobre o Paraguai e o Equador. Derrotas para Uruguai e Argentina, que deixaram o Brasil com a terceira colocação geral. Um dos jogadores remanescentes da época é Zé Maria. Aos 80 anos, o antigo médio-volante lembra-se, lúcido, do seu auge na carreira. “Rubem Moreira, então presidente da Federação de Pernambuco, tinha força política e representamos muito bem o Brasil. Naquela época tínhamos supercraques”, disse Zé Maria, que jogou durante oito anos pelo Sport.
Por mais estranho que possa parecer, aquela atitude da CBD (atual CBF) em colocar um estado representando a nação não foi inédita. Em 1956, os gaúchos venceram o Pan-Americano da mesma forma, enquanto os baianos foram derrotados na Taça Bernardo O’Higgins, em 1957. Esses dois estados, no entanto, não sofreram a mesma pressão que Pernambuco, já que quando vestiram a camisa da Seleção, o Brasil ainda não havia sido campeão mundial (o que só aconteceu pela primeira vez em 1958, na Suécia).
Cacareco
Esse foi o termo utilizado como deboche pela imprensa paulista para definir o time pernambucano (Seleção Brasileira), que contava com jogadores com passagens apenas regulares em clubes de São Paulo. “O pessoal do Sul olhava a gente por baixo, atravessado, mas não fizemos vergonha. Pelo contrário. Naquela época, tínhamos craques até no banco”, pontuou Zé Maria.
Saiba mais
BRASIL “CACARECO” DE 1959
Nome Posição Jogos Gols Clube
Biu zagueiro 5 0 Santa Cruz
Clóvis zagueiro 4 0 Santa Cruz
Geroldo volante 1 0 Santa Cruz
Goiano meia 3 0 Santa Cruz
Servílio volante 1 0 Santa Cruz
Tião atacante 3 0 Santa Cruz
Zé de Mello atacante 5 3 Santa Cruz
Elias atacante 5 0 Náutico
Geraldo José atacante 5 2 Náutico
Givaldo zagueiro 5 0 Náutico
Paulo Pisaneshi atacante 4 0 Náutico
Waldemar goleiro 5 11* Náutico
Zequinha zagueiro 5 0 Náutico
Édson zagueiro 5 0 Sport
Elcy atacante 1 0 Sport
Traçaia atacante 5 1 Sport
Zé Maria meia 3 0 Sport
*gols sofridos
Outros cinco jogadores foram chamados para o Campeonato Sul-americano extra, também atuando nos grandes do Recife, mas não entraram em campo.
Jogos
05/12/1959 Brasil 3 x 2 Paraguai Guayaquil (EQU) Copa América
12/12/1959 Brasil 0 x 3 Uruguai Guayaquil (EQU) Copa América
19/12/1959 Brasil 3 x 1 Equador Guayaquil (EQU) Copa América
22/12/1959 Brasil 1 x 4 Argentina Guayaquil (EQU) Copa América
27/12/1959 Brasil 2 x 1 Equador Guayaquil (EQU) Amistoso
Técnico: Gentil Cardoso, treinador do Santa Cruz, com 5 jogos pelo Brasil (1959).
Naquele ano, os pernambucanos disputaram o Campeonato Sul-Americano, no Equador. Foram quatro jogos e 50% de aproveitamento. Vitórias sobre o Paraguai e o Equador. Derrotas para Uruguai e Argentina, que deixaram o Brasil com a terceira colocação geral. Um dos jogadores remanescentes da época é Zé Maria. Aos 80 anos, o antigo médio-volante lembra-se, lúcido, do seu auge na carreira. “Rubem Moreira, então presidente da Federação de Pernambuco, tinha força política e representamos muito bem o Brasil. Naquela época tínhamos supercraques”, disse Zé Maria, que jogou durante oito anos pelo Sport.
Por mais estranho que possa parecer, aquela atitude da CBD (atual CBF) em colocar um estado representando a nação não foi inédita. Em 1956, os gaúchos venceram o Pan-Americano da mesma forma, enquanto os baianos foram derrotados na Taça Bernardo O’Higgins, em 1957. Esses dois estados, no entanto, não sofreram a mesma pressão que Pernambuco, já que quando vestiram a camisa da Seleção, o Brasil ainda não havia sido campeão mundial (o que só aconteceu pela primeira vez em 1958, na Suécia).
Cacareco
Esse foi o termo utilizado como deboche pela imprensa paulista para definir o time pernambucano (Seleção Brasileira), que contava com jogadores com passagens apenas regulares em clubes de São Paulo. “O pessoal do Sul olhava a gente por baixo, atravessado, mas não fizemos vergonha. Pelo contrário. Naquela época, tínhamos craques até no banco”, pontuou Zé Maria.
Saiba mais
BRASIL “CACARECO” DE 1959
Nome Posição Jogos Gols Clube
Biu zagueiro 5 0 Santa Cruz
Clóvis zagueiro 4 0 Santa Cruz
Geroldo volante 1 0 Santa Cruz
Goiano meia 3 0 Santa Cruz
Servílio volante 1 0 Santa Cruz
Tião atacante 3 0 Santa Cruz
Zé de Mello atacante 5 3 Santa Cruz
Elias atacante 5 0 Náutico
Geraldo José atacante 5 2 Náutico
Givaldo zagueiro 5 0 Náutico
Paulo Pisaneshi atacante 4 0 Náutico
Waldemar goleiro 5 11* Náutico
Zequinha zagueiro 5 0 Náutico
Édson zagueiro 5 0 Sport
Elcy atacante 1 0 Sport
Traçaia atacante 5 1 Sport
Zé Maria meia 3 0 Sport
*gols sofridos
Outros cinco jogadores foram chamados para o Campeonato Sul-americano extra, também atuando nos grandes do Recife, mas não entraram em campo.
Jogos
05/12/1959 Brasil 3 x 2 Paraguai Guayaquil (EQU) Copa América
12/12/1959 Brasil 0 x 3 Uruguai Guayaquil (EQU) Copa América
19/12/1959 Brasil 3 x 1 Equador Guayaquil (EQU) Copa América
22/12/1959 Brasil 1 x 4 Argentina Guayaquil (EQU) Copa América
27/12/1959 Brasil 2 x 1 Equador Guayaquil (EQU) Amistoso
Técnico: Gentil Cardoso, treinador do Santa Cruz, com 5 jogos pelo Brasil (1959).