Em seu primeiro grande teste na disputa por uma vaga na Copa do Mundo de 2022, a seleção brasileira mostrou força ao vencer o Uruguai por 2 a 0, no Estádio Centenário, em Montevidéu. A equipe de Tite segue como a única com 100% de aproveitamento nas Eliminatórias Sul-Americanas, com quatro vitórias. A competição será retomada no fim de março de 2021, quando o Brasil terá pela frente mais dois grandes desafios: confrontos com Colômbia e Argentina.
Após vencer três seleções mais fracas - Venezuela, Peru e Bolívia -, o Brasil foi a Montevidéu para provar sua força no continente. Com desfalques importantes, incluindo as principais estrelas Neymar e Philippe Coutinho, o time marcou dois gols no primeiro tempo e teve tranquilidade na etapa final para segurar o resultado positivo.
O JOGO
A partida começou elétrica. Logo aos dois minutos, Gabriel Jesus recebeu pela direita, chutou cruzado e viu Campaña fazer grande defesa. O Uruguai respondeu rapidamente: aos quatro, Darwin Núñez tabelou com De La Cruz e mandou uma bomba que explodiu no travessão. A seleção celeste não tinha seu principal artilheiro, Luis Suárez, infectado pelo coronavírus.
O jogo perdeu intensidade com o passar do tempo, e o Brasil quase não conseguia criar. O Uruguai era melhor em campo, mas também pouco assustava. Até que, aos 33, Arthur chutou de fora da área, a bola desviou e entrou. A jogada nasceu pelo lado direito com Éverton Ribeiro, que herdou a camisa 10 de Neymar e foi um dos destaques brasileiros neste dois duelos de novembro pelas Eliminatórias.
Outro jogador que se destacou foi Renan Lodi, que assumiu a lateral esquerda da seleção aos 22 anos e faz ótimo início de Eliminatórias. O defensor do Atlético de Madrid recebeu escanteio curto e cruzou na medida para Richarlison ampliar, aos 44. Ainda antes do intervalo, o Uruguai acertou novamente o travessão de Ederson, em cabeceio de Godín.
O resultado obtido no primeiro tempo deu tranquilidade para a seleção na etapa final. Mais do que isso, Tite percebeu que o esquema 4-4-2 funcionou melhor do que o 4-1-4-1. Foi a partir da troca de posicionamento dos jogadores que o Brasil construiu a vitória. Jesus saiu da ponta para encostar em Firmino como centroavante, e Éverton Ribeiro ficou mais fixo pela direita.
O segundo tempo foi mais "arrastado", sem grandes chances. A vida da seleção brasileira ficou mais fácil a partir dos 26 minutos, quando Cavani foi expulso. O atacante uruguaio pisou no tornozelo de Richarlison e recebeu o cartão vermelho após o árbitro revisar o lance no monitor - ele havia aplicado apenas com o amarelo.
O Uruguai até chegou a balançar a rede brasileira logo depois da expulsão, com Cáceres, após cobrança de escanteio e bate-rebate na área. O lance, porém, foi anulado por impedimento. Os jogadores uruguaios pressionaram o juiz em campo, mas o árbitro de vídeo confirmou a posição irregular.
O Brasil, por sua vez, passou a tentar explorar os contra-ataques. Tite demonstrou estar satisfeito e não mexeu na equipe. Apensa Everton Cebolinha entrou pouco antes da expulsão de Cavani. Após o Brasil ficar com um jogador a mais, o treinador só realizou outra substituição nos minutos finais.
A seleção brasileira encerrou bem a participação em jogos oficiais em 2020. Além de manter os 100% de aproveitamento, a equipe ganhou opções para as próximas partidas e viu Renan Lodi se consolidar. Éverton Ribeiro mostrou que pode ser boa opção até mesmo entre os titulares e Arthur retornou ao meio de campo e fez seu primeiro gol pela equipe.
URUGUAI 0 x 2 BRASIL
URUGUAI
Campaña; Cáceres, Giménez, Godín e Oliveros; Nández, Torreira (Arambarri), Betancur (Brian Rodríguez) e De La Cruz (Jonathan Rodríguez); Núñez e Cavani
Técnico: Óscar Tabárez
BRASIL
Ederson; Danilo, Marquinhos, Thiago Silva e Renan Lodi; Douglas Luiz (Bruno Guimarães), Arthur e Éverton Ribeiro (Lucas Paquetá); Gabriel Jesus, Richarlison (Everton) e Firmino
Técnico: Tite
Local: Estádio Centenário, em Montevidéu
Data: terça-feira, 17 de novembro
Árbitro: Roberto Tobar (Chile)
GOLS: Arthur, aos 33, e Richarlison, aos 44min do 1ºT
Cartões amarelos: Douglas Luiz Richarlison (BRA); Giménez, Nández e Cáceres (URU)
Cartão vermelho: Cavani (URU)