Ítalo Ferreira viveu uma saga pessoal para chegar aos Jogos Mundiais de Surfe, que estão sendo realizados no Japão e valem vaga para as Olimpíadas de Tóquio 2020 a surfistas de Ásia, África, Europa e Oceania. Após uma série de imprevistos, o brasileiro entrou na praia de Miyazaki perto final de sua bateria e, ainda assim, venceu de shorts jeans.
A trajetória de superação de Ítalo começou nos Estados, onde teve seu passaporte roubado durante a última semana. A burocracia para se emitir um visto e um novo documento de emergência atrasaram sua viagem. Ao chegar no Japão mais um imprevisto: um furacão nos arredores da capital japonesa fez com que seu voo aterrizasse em Nagasaki, a mais de 1200 km do local das competições.
Mesmo assim, Ítalo não desistiu, pegou outro voo, foi direto do aeroporto para a praia e chegou ao local de prova faltando apenas nove minutos para o fim de sua bateria. O tempo, porém, foi mais que o suficiente para o brasileiro superar o argentino Leandro Usuna, o mexicano Dylan Southworth e o norueguês Frode Goa e vencer com uma prancha emprestada e de shorts jeans, já que não houve possibilidade de colocar um traje mais adequado.
“Os juízes nem viram que eu entrei na água. Não havia nem bandeira de prioridade para mim. Comecei com a prioridade quatro e consegui pegar as ondas com essa bermuda e a prancha do Filipe (Toledo). Tudo parecia perdido, mas no final as coisas deram certo”, declarou Ítalo ao portal Dukesurf.
Apesar de não valer vaga nas Olimpíadas de Tóquio 2020, o evento em Miyazaki é obrigatório para os atletas que têm a pretensão de disputar a competição entre nações. Os surfistas da América garantem vaga ao evento em solo japonês por meio dos Jogos Pan-Americanos (um homem e uma mulher), o Circuito Mundial da WSL (dez homens e oito mulheres) e os Jogos Mundiais de surfe de 2020 (quatro homens e seis mulheres).