Demichelis (15) seria único cabeludo do atual elenco; rabinho de Palácio (18) chama atenção entre cortes
De volta à final da Copa do Mundo depois de 24 anos, a Seleção Argentina ainda mantém as tradições de contar com jogadores valentes, de muita raça e entrega dentro de campo, além de ser liderada por um genial camisa 10. Mas o que diferencia a equipe de Allejandro Sabella a de gerações passadas da Albiceleste? Com questões técnicas e táticas deixadas de lado, a resposta é meramente estética: a ausência dos cabeludos no elenco.
Mario Kempes, Ubaldo Fillol, Claudio Caniggia, Gabriel Batistuta, Fernando Redondo, Juan Pablo Sorín, entre vários outros, foram notórios cabeludos que defenderam a Argentina em Mundiais. Na lista também podem ser incluídos Hernán Crespo, Germán Burgos, Mauricio Pochettino, Fabricio Coloccini, Ariel Ortega...
No grupo da Argentina que disputa o Mundial no Brasil, nenhum dos 23 jogadores aderiu às longas madeixas. Lionel Messi, Fernando Gago e o goleiro Sergio Romero, herói da classificação à final com dois pênaltis defendidos contra a Holanda, já tiveram cabelos longos, mas foram diminuindo o comprimento nos últimos anos. Curiosamente, Martin Demichelis seria o único cabeludo do elenco. No entanto, o zagueiro cortou o cabelo em promessa pela convocação para a Copa.
Os cortes preferidos da atual geração são os mais curtos, como o moicano de Ángel di Maria, ou o undercut, utilizado por Sergio Aguero e Marcos Rojo. Há também os carecas, como Pablo Zabaleta, Javier Mascherano e Rodrigo Palácio, que chama a atenção pelo fino rabo de cavalo cultivado ao longo da carreira.
Gabriel Batistuta e Mario Kempes: cabeludos convictos; Lionel Messi, ainda jovem, em fase com cabelo grande
Em 1978, ano do primeiro título mundial da Argentina, conquistado em casa, o grande destaque era o astro Kempes, camisa 10 dono de uma vasta cabeleira. O corte foi adotado pela maioria do elenco da época. No bicampeonato, em 1986, o protagonista Diego Maradona tinha penteado discreto, mas o goleiro Nery Pumpido, com um clássico ‘mullet’ da década de 80, e o volante Sergio Batista mantiveram o tradicional estilo vivo. Já na última decisão de Copa, em 1990, na Itália, perdida contra a Alemanha, mesma rival da final de 2014, Caniggia foi o principal representante dos cabeludos.
Proibição de Passarela em 1998
Em tentativa de impor disciplina, o treinador da Seleção Argentina na Copa de 1998, Daniel Passarela, adotou regras rigorosas aos jogadores, como proibições a uso de cabelo comprido e brincos. Gallardo, Ortega, Almeyda e Crespo aceitaram as determinações autoritárias do treinador e cortaram as madeixas. Mas Redondo e Caniggia demonstraram resistência, não acataram as normas e acabaram cortados pelo ‘comandante’ da convocação para o Mundial da França. Sem os craques e com todo o elenco de cabelo curto, a consequência: eliminação nas quartas de final diante da Holanda, por 2 a 1, com gol de Dennis Bergkamp nos últimos minutos.