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Ex-jogador de futebol alemão planeja a criação de "seleção gay"

Dois jogadores estão escalados, mas nomes ainda são mantidos em sigilo

postado em 25/08/2014 21:16 / atualizado em 25/08/2014 21:47

France Presse /AFP

O alemão Marcus Urban, um dos primeiros jogadores profissionais da história a ter assumido publicamente sua homossexualidade, pretende montar uma seleção de profissionais gays e simpatizantes para organizar uma partida contra um clube da Bundesliga. "Existem jogadores homossexuais na Bundesliga, o problema é que estão como medo, e com razão", disse o ex-atleta, que atuou no Campeonato da Alemanha Oriental na década de 1980.

AFP PHOTO/KARL-HEINZ SCHINDLER
"Há anos, pensamos que jogadores prefeririam revelar (a homossexualidade) dentro de um grupo, que seria mais fácil agir em conjunto. Não havia oportunidades e ninguém se animava a criá-las. Então pensamos: vamos fazer isso, criar uma oportunidade", explicou.

Autor de uma autobiografia que virou best-seller na Alemanha, "Versteckspieler" (jogador escondido, em tradução livre), publicado em 2008, Urban é o porta-voz da Associação para a diversidade no esporte e na sociedade, com a qual lançou a ideia da "Team Vielfalt", a seleção da diversidade.

O site da associação publica um quadro com a escalação e desenhos de camisas para cada posição. Cada vez que um jogador aceita fazer parte da seleção, a camisa fica branca.

Nesta segunda-feira, o quadro tinha dois jogadores escalados. "Um homossexual e outro heterossexual", reveloa Urban. A ideia é que todos os participantes mantenham o anonimato até que a seleção completa seja divulgada. "Quando teremos uma equipe pronta, à qual podemos somar reservas e técnicos, vamos buscar uma data para a partida", afirma o ex-jogador, que hoje tem 43 anos.

Apesar de torcer para contar com o máximo de jogadores "o mais rápido possível", Urban acredita que precisará de um ano para completar a equipe. A associação já recebeu o apoio de um clube profissional, o St. Pauli, da segunda divisão, time de Hamburgo que sempre se destacou pelo espírito revolucionário e as posições progressistas.

REUTERS/Ina Fassbender
"Ainda é o início do projeto. Ainda não conversamos com muitos clubes. Os clubes estrangeiros nos interessam também, pode ser o Paris Saint-Germain, o Bordeaux, o Lyon, o Barcelona ou o Manchester United, estamos muito abertos", avisa o alemão, que também espera contar com o apoio da federação de futebol do seu país.

Atletas de ponta também assumiram a homossexualidade recentemente nos Estados Unidos, como Jason Collins, na NBA, ou Michael Sam, na NFL. Existe um projeto semelhante ao de Urban na França, o Paris Foot Gay, equipe que reúne celebridades para disputar amistosos e promover ações contra a homofobia.