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Felipe Nasr acredita que pode estar na F-1 em 2014 e revela possíveis negociações

Principal promessa do automobilismo, Felipe Nasr é a chance de encerrar a penúria na F-1. Ele acredita que pode estar lá em 2014 e revela que seu empresário conversou com duas equipes: Ferrari e McLaren

Nádia Medeiros - Correio Braziliense

Publicação:

24/12/2011 08:50

 

Atualização:

24/12/2011 08:53

Mike Hoyer/Divulgação - 6/7/11

Só mais dois anos…

O brasiliense Felipe Nars foi eleito pela revista AutoSport, maior publicação especializada em automobilismo do mundo, como um dos 50 melhores pilotos de 2011. Com apenas 19 anos e campeão da temporada da Fórmula 3 inglesa — que consagrou Ayrton Senna, por exemplo —, Felipe ficou com a 32ª posição e é o único brasileiro na lista, além de ser o primeiro em sua categoria, a F-3.

O reconhecimento é fruto do ano espetacular do candango. Foram 30 corridas, sete vitórias, 17 pódios e cinco poles, o que lhe rendeu o título de campeão com seis etapas de antecedência. Essa foi a segunda conquista importante do piloto em apenas três anos. Em 2009, ele sagrou-se campeão da Fórmula BMW.

Pelo andar da carreira, cenas como a de ontem, em que Felipe sentou-se no segundo andar de um restaurante na W-3 Sul, bebericando água mineral e comendo petiscos, sem ser reconhecido ou incomodado, devem se tornar raras. O garoto é apontado, hoje, a maior promessa do automobilismo brasileiro desde Felipe Massa. Em conversa com o Correio — Felipe chegou a Brasília há duas semanas para passar o Natal com a família —, o piloto comentou que uma eventual estreia na Fórmula 1 deve ocorrer somente em 2014, criticou a falta de apoio do país às categorias de base e lamentou o estado atual do Autódromo Nelson Piquet: “Está largado”.

Como você avalia o ano?
Foi excelente. Conseguimos atingir tudo que a gente estava esperando desde o começo. Sabemos que a F-3 é um campeonato difícil e competitivo, e eu me saí muito bem. Foi um destaque grande ter conseguido levar o campeonato com seis provas de antecedência. Foi marcante para mim, para o meu nome, e para o Brasil também, já que a gente não tem vivido um bom momento nas categorias do automobilismo de ponta.

O assédio aumentou, evidentemente…
Bastante, tanto de pessoas quanto de empresas, patrocinadores. Mas isso é muito bom para um piloto. É essencial você ter esses contatos perto, ter opções, uma porta aberta para essas empresas.

Há uma pressão. Afinal, você se tornou a maior esperança de termos um piloto vencedor na F-1.
Essa parte de “salvador da pátria” é difícil de dizer agora. Para eu chegar à F-1, ainda tem muita coisa para acontecer. Estou com 19 anos, ainda tenho chão pela frente. Até o momento, essa pressão não me atrapalhou. Eu sinto as pessoas observando e com expectativas sobre meu desempenho.

Qual o caminho até a F-1, pelo menos nos seus planos?
Quero fazer a World Series ou a GP-2. Ainda não decidimos 100%. Mas as coisas têm caminhado mais para a World Series. Se eu pudesse escolher, escolheria a World Series, por já ter treinado com o carro e saber as condições que tenho. Mas não depende só da minha opinião. Tem o meu empresário também, temos de escolher juntos.Se formos para a World Series e eu tiver um bom ano, ficando entre os três primeiros ou então for campeão, acho que já podemos fazer contato com alguma equipe da F-1 e começar um programa de piloto de teste ou algo assim. Mas a estreia na F-1 em 2013 eu acho complicado. Penso que em 2014 temos um cenário possível.

Já houve algum contato?
Na verdade, quem entrou em contato com o pessoal da Fórmula 1 foi meu empresário, Steve Robertson (que também gerencia a carreira de Kimi Raikkonen e já trabalhou com Jenson Button). Ele tem uma passagem muito boa pela Ferrari e pela McLaren e fez contato com eles para ver a possibilidade de eu entrar em algum programa de testes. Eles estão interessados, então, está tudo em aberto.

Na World Series, o que muda?

O carro é totalmente diferente do que pilotei na F-3. Bem mais potente, 550 cavalos, motor V8 — o dobro da potência da F3 — é mais pesado, tem mais pressão aerodinâmica, usa o sistema de asa móvel da F-1. Ou seja, é uma mudança bem radical. Mas eu me adaptei muito bem nos treinos. Cheguei a passar o dia inteiro em segundo, depois terminei em 5º. Fui o melhor entre os estreantes. Das pistas da World Series, a maior novidade para mim é a prova em Mônaco, que eu nunca corri.

O que houve com o automobilismo brasileiro nessa década perdida, por assim dizer?
O problema é que não tivemos pilotos totalmente bem preparados e instruídos na base. E isso fez o ciclo cair. Sempre vamos precisar de um piloto brasileiro na F-1, mas agora estamos com este buraco, esta falta de pilotos com uma carreira bem feita na Europa ou até mesmo aqui no Brasil. Falta profissionalismo, infraestrutura e investimento do nosso país nas categorias de base. O autódromo de Brasília mesmo, para mim, é um dos melhores em que já andei. Mas, infelizmente, está largado. (O Correio publicou reportagem recente denunciando o péssimo estado de conservação do Autódromo Nelson Piquet). Acho que falta investimento para a gente voltar a se profissionalizar, preparar mais os pilotos antes de irem para a Europa.

Como?
Se você comparar com um piloto europeu, ele treina o ano inteiro, tem os equipamentos, tem equipe certa, pessoas certas, tem investimento. Isso não tem aqui. Eu tive a ajuda da equipe do meu tio (Amir Nasr), do meu pai, e quando chegou a hora, fomos para a Europa tentar e deu certo. Mas para muitos pilotos falta isso.

Alguns brasileiros se dão bem em categorias de acesso e, quando chegam à F-1, não conseguem se firmar. Há uma razão comum para isso?
São várias coisas, mas acho que ultimamente o problema maior é a falta de treinos, que a F-1 simplesmente vetou durante a temporada. Pilotos como Vettel, Hamilton, na época em que eles entraram na F-1, eles já tinham muita quilometragem no carro. O Bruno (Senna), por exemplo, entrou sem os treinos. Ele sofre por não conhecer o carro, não tem experiência como os outros pilotos. Para mim ou para qualquer outro que queira entrar, a situação é essa. Você tem que sentar no carro e se virar.


"Sempre vamos precisar de um piloto brasileiro na F-1, mas agora estamos com este buraco, esta falta de pilotos com uma carreira bem feita na Europa. Falta profissionalismo, infraestrutura e investimento do nosso país nas categorias de base”


Reforma, só com a MotoGP


Em encontro com Felipe Nasr, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, recebeu um capacete de presente e comentou sobre o projeto para o Autódromo Nelson Piquet. Segundo Agnelo, Brasília está na disputa para receber o GP de Motovelocidade em 2013 e, caso vença, o autódromo passará por profundas reformas no ano que vem. “Não vou gastar para reformas paliativas. Paliativo é essencial para manter as provas atuais que recebemos. Agora, o plano é mais ousado. Queremos transformar o autódromo em uma espécie de arena, assim como o Estádio Nacional. Vamos reformá-lo para deixá-lo mais seguro e pronto para receber qualquer evento de automobilismo, até a F-1”, comentou.

Roberto Barroso/GDF

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Autor:

Diomedes de Albuquerque melo Melo


Se for pra ferriri será mais um Rubinho.

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