postado em 12/06/2014 18:53
/ atualizado em 12/06/2014 23:22
João de Andrade Neto Enviado Especial
São Paulo - Não era um jogo qualquer. Não era uma estreia qualquer. Nem uma abertura de Copa do Mundo qualquer. Era a abertura do Mundial no Brasil. E não há brasileiro no mundo que não sinta isso. Assim, a seleção precisou superar, além do bom time da Croácia, o nervosismo natural e a responsabilidade de não decepcionar toda uma nação para vencer a subir o primeiro degrau na caminhada rumo ao hexa, com uma vitória por 3 a 1. Neymar, duas vezes, e Oscar, o melhor em campo, anotaram os gols dos donos da casa.
O clima e a emoção da abertura da Copa (que fez alguns jogadores chorarem na hora do hino) deixaram naturalmente o time brasileiro ansioso no início da partida. E além do bom time da Croácia, o nervosismo foi um duro adversário nos primeiros minutos, com o Brasil errando muitos passes e sem conseguir criar. Já os croatas, cientes de que o ambiente do jogo poderia interferir, adotaram uma postura compacta e forte na marcação, atuando em cima das falhas dos donos da casa.
Tanto que o primeiro grande lance de perigo da partida foi dos europeus, com Perisic cruzando da direita e Olic, ganhado a disputa de cabeça com a defesa brasileira, mandando para fora e dando o primeiro susto do Itaquerão. Bem na partida, a Croácia não mudou seu jogo. E continuou a explorar o lado direito da defesa brasileira, principalmente as costas do lateral direito Daniel Alves.
E foi assim, que saiu o primeiro gol, logo aos nove minutos. Aproveitando o corredor cedido pela direita, Olic avançou e cruzou rasteiro. Jalavic chegou a tocar na bola, mas foi o lateral esquerdo Marcelo, que empurrou contra a meta de Júlio César, abrindo o placar e marcando o primeiro gol da Copa.
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Pela primeira vez, desde o retorno do técnico Luiz Felipe Scolari, o Brasil se via atrás do marcador em uma competição. E quando se temia por vaias da torcida paulista, o público presente ao Itaquerão mostrou que em Copa do Mundo, a conversa é outra. É competição. E à vera. Valendo três pontos, o público apoiou de imediato a selecão.
Foi como um choque. A 220 volts, o Brasil, enfim, tomou para si o lado bom de ser o anfitrião do Mundial e cresceu na partida. E o comandante dessa reação foi, novamente, o atacante Neymar. Aos 15 minutos, o camisa 10 obrigou o goleiro Pletikosa a fazer sua primeira defesa difícil. Mas Neymar não estava sozinho. Contestado, Oscar começou a aparecer na partida. Após jogada de Neymar, o meia deixou o grito de gol entalado no Itaquerão após chutar colocado de fora da área, obrigando Pletikosa a voar e evitar o empate.
Mas ele veio. De forma merecida. E com a dupla Oscar-Neymar. Fugindo até das suas características, e mostrando raça, o meia ganhou uma dividida no meio de campo. A bola sobrou para Neymar mandar onde Pletikosa não podia alcancar, levantando de vez o Itaquerão, aos 28 minutos. O empate acalmou de vez os ânimos da selecão. Antes do intervalo, Hulk ainda perdeu outra boa chance, após nova jogada individual de Neymar.
Os dois times vieram com a mesma formação para o segundo tempo. O intervalo acabou sendo benéfico a Croácia, que voltou a adotar a tática da forte marcação, esperando o erro do Brasil. No entanto, dessa vez, a seleção estava com os nervos no lugar. Com isso, nos primeiros 15 minutos, a partida se manteve equilibrada, com as duas equipes não conseguindo criar, apesar da maior posse de bola do Brasil.
Com o jogo amarrado, Felipão optou por dar mais chegada ao ataque no meio de campo, promovendo a estreia do pernambucano Hernanes na vaga do apagado Paulinho, aos 18 minutos. Porém, a primeira chance brasileira veio apenas em forma de bola parada, com Daniel Alves cobrando por cima uma falta sofrida por Neymar. Aos 22, nova mudança com a entrada de Bernard na vaga de Hulk,
Não houve nem tempo para as mudanças surtirem efeito. Bastou o que estava dando certo no primeiro tempo voltar a brilhar. E isso atende pelo nome de Oscar, Novamente após boa jogada, o meia cruzou na área e Fred se atracou com o zagueiro croata. O juiz japonês Yuichi Nishimura marcou pênalti inexsitente, para revolta dos croatas.
Na cobrança, Neymar fez explodir mais uma vez o Itaquerão, ao chutar do lado direito. O goleiro Pletikosa chegou a tocar na bola, mas não conseguiu evitar a virada, aos 26 minutos. Além do grito de gol, a torcida começou a cantar que “o campeão voltou”. Foi a vez dos croatas ficarem nervosos. Principalmente com o árbitro japonês. Até mesmo em lance em que a arbitrage, não interferiu, como em cabeçada de David Luiz, que quase acaba no terceiro gol da seleção.
Com a vantagem invertida, foi a vez do Brasil jogar em cima da falha do adversário e explorar um dos seus pontos fortes, a saída rápida para o ataque. A Croácia ainda chegou a pressionar, ameaçar, mas o dia era de Brasil. Era de Oscar, que fechou a vitória aos 45 minutos do segundo tempo com um chute colocado de fora da area. Coroando a atuação do melhor em campo.