Santa Cruz

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Antes prioridade, início da construção do CT do Santa Cruz não sai do papel e segue sem previsão

Sem dinheiro e com paliativo no Ademir Cunha, terreno continua sem utilidade

postado em 16/08/2015 13:31 / atualizado em 20/08/2015 16:08

Yuri de Lira /Diario de Pernambuco

Joao Velozo/ Esp. DP/ D. A Press
Dos objetivos traçados pelo presidente Alírio Moraes para a temporada, a primeira da sua gestão, o início da construção do centro de treinamento é o menos provável de ser concretizado. Segundo o plano de metas do mandatário, apresentado em março, o CT era prioridade entre todas as metas estipuladas e já estaria em condições de uso desde o mês passado. Até agora, no entanto, o terreno que margeia a PE-016, em Camaragibe, e chega até o bairro da Mumbeca, em Paulista, segue abandonado. As obras, por sinal, não devem iniciar tão cedo. Com o clube sem dinheiro e agora com o estádio Ademir Cunha como opção para treinar, o projeto está adiado por tempo indeterminado.

Alírio queria colocar o CT em funcionamento no fim de julho, quando esperava ter, ao menos, um campo e um alojamento prontos. Por enquanto, nenhum tijolo sequer foi posto. Uma família toma conta de terreno, que serve só de pasto para cavalos e área de lazer para cachorros. O mato alto e a lama denotam o abandono. Os únicos sinais de algo relacionado ao futebol são duas traves onde já foi um campinho particular do antigo proprietário da área.

Nando Chiappetta/DP/D.A Press.
O presidente reconhece que foi precipitado ao tentar estipular um prazo para inauguração. "Quando eu assumi a presidência, num impulso de torcedor, acabei atropelando um pouquinho as coisas", falou em entevista ainda em juho. "O fato é que precisamos ainda resolver algumas questões. Estamos ainda sem uma receita, fora pequenas questões burocráticas como regularização do terreno e ajustes no projeto arquitetônico e de engenharia."

O caráter de urgência das obras já não existe. Ainda em 26 de junho, o Santa acabou fechando um convênio com a Prefeitura de Paulista até 2016 para poder treinar no Ademir Cunha, que já virou uma segunda casa do atletas. Isso a troco de serviços sociais prestados ao município e pequenos reparos no estádio. Mas a grama irregular, a ausência de academia e vestiários modestos do local contrastam com o moderno projeto do CT. Se o quadro é ruim para os profissionais, para a base é pior ainda, que tem que treinar no precário centro de treinamento (se é que pode ser chamado assim) no bairro de Dois Unidos, zona norte do Recife, numa obra inacabada num terreno de três hectares, adquirido pelo clube ainda em 1996 e em funcionamento desde 1999.
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Alírio contemporiza e faz questão de tratar a situação do Ademir apenas como um paliativo. Só até um desafogo nos cofres. “Tendo o estádio como suporte, podemos resolver o CT pouco a pouco, sem atropelar as coisas.” O problema é que o clube ainda não se sabe quando os tempos mais gordos virão. Para erguer o centro de treinamento, espera-se ainda ajuda de torcedores abnegados, do enxerto nos sócios e de um possível, porém incerto, acesso que renderia um aumento nas cotas de televisão de R$ 3 milhões para, no mínimo, R$ 21 milhões por ano.

As metas de Alírio Moraes para 2015

As que cumpriu


Implantação de projetos sociais
O Santa vem trabalhando em ações conjuntas com o Fundo das Nações Unidas (Unicef) e com a ONG Pé no Chão, que atua nas redondezas do Arruda. Com um projeto protocolado na Secretaria Municipal de Educação do Recife, o clube já começou a promover ações sociais com as crianças das comunidades vizinhas. O objetivo é a remissão da dívida de R$ 25 milhões de IPTU com a Prefeitura.

As que pode cumprir

Acesso à Série A
Passados os jogos de ida da Série B do Brasileiro, o Santa Cruz inicia o segundo turno da competição na briga pelo G4. Em ascensão depois da vinda técnico Marcelo Martelotte e agora com o atacante Grafite, o time virou candidato ao acesso.

Quadro de 20 mil sócios em dia
Joao Velozo/ Esp. DP/ D. A Press

A contratação de Grafite registrou um aumento de mais de 100% no quadro de sócios do Santa. A partir da chegada do atacante, o clube saiu dos módicos números de 4.332 torcedores cadastrados e ultrapassou à meta de 10 mil. Aliado aos bons resultados, o objetivo de 20 mil até o fim do ano tornou-se possível.

Equilíbrio financeiro
Segundo a direção, esta meta está atrelada, justamente, à uma maior adesão dos sócios. Com cotas de televisão e dos jogos na Arena Pernambuco adiantadas desde o ano passado, o clube depende da torcida para terminar o ano no verde. O balanço, diga-se, só será divulgado em 2016.

Estruturação da gestão administrativa
O departamento de marketing do Santa Cruz, enfim, foi reativado. O setor de comunicação recebeu novos profissionais e também ganhou mais fôlego. A promessa de um diretor de futebol remunerado ainda não foi cumprida. Assim como o pagamento em dia de salários para funcionários e jogadores.

As que foi além

Conquista do título estadual
A priori, a meta do presidente Alírio era apenas ter uma “colocação privilegiada” no Campeonato Pernambucano. Leia-se, um segundo ou terceiro lugar que garantiria vaga na Copa do Nordeste de 2016. O Tricolor, contudo, sagrou-se campeão.

Contratação de jogador midiático
A vinda de um atleta de grife sequer foi colocada oficialmente no plano de metas do clube para 2015. Mas, desde quando foi aclamado presidente, Alírio Moraes não se furtou em falar na contratação de um jogador midiático. Grafite terminou realizando o que o próprio mandatário chamava de “sonho”.

Divulgação/Santa Cruz
Os números do CT

R$ 2,5 milhões
É valor inicial estimado para construção do CT

R$ 5 milhões
É o que seria gasto para concluir todo o projeto

10 hectares
É a dimensão total do terreno

8 hectares
É a área de Mata Atlântica, inativa para construção

3.540 m²
É a área que vai receber as primeiras obras

O projeto final conta com: 3 campos oficiais/4 unidades funcionais (administrativa, médica, esportiva e alojamento)/55 quartos (23 para atletas profissionais e 32 para as categorias de base).